terça-feira, 24 de agosto de 2010

Atualização!

«Como se ter ido fosse necessário para voltar um tanto mais vivo», imagino que seja isso que eu vá sentir quando eu volte. Ta bom que não estou exilada como Gil. É por pura vontade minha, mas a sensação é essa aí mesma. Os dias vão passando e a saudade vai apertando. E cada vez mais a data de volta é jogada mais pra frente.
Eu já passei por diversas fases nessa terrinha celeste e branca. Já passei pela sensação de solidão e de não saber exatamente o que estava fazendo, quando eu cheguei, já passei pela fase de reclusão pra os estudos, fase essa que me fez detestar o jeito «porteño» de ser , já passei por comepleta enamorada de Baires e por mediana enamorada também. Já consigo entender o porque de algumas entonações que parecem grosseria pra a gente e na verdade é toda uma questão de saber entender que são culturas diferentes e que mais bem vale respeitar e entender que não necessáramente a pessoa está sendo um «pé de cavalo», na verdade nós temos um costume de tratar com gentiliza porque a nossa educação passa também por isso. Enfim... aqui não.
Isso não quer dizer que não tenham porteños lindos e maravilhosos na forma de ser. Pra falar a verdade todos os que conheci mais de perto são encantadores e cheios de manias lindas.
Tem Nacho e a família dele que são de um carinho inacreditável comigo, alguns companheiros de faculdade que me procuraram todas as férias para fazermos coisas e ajeitar os horários iguais aos meus. Ta bom que os que mais gostam de mim são chilenos, mas podemos levar em consideração que somos todos extrangeiros em uma terra «hostíl». E digo hostil não por serem necessáriamente uns brutos, e sim porque para mim brasileira e ainda por cima baiana, estou de verdade acostumada com um calor humano nas relações que aqui, não é muito comum. Em relação aos chilenos passa mais pela guerra das Malvinas. Todo um tema de culpas e dividendos. Outro dia falo mais sobre isso.
Enfim, to lendo um livro de um cara chamado Júlio Cortázar. Cara genial, incrível, lindo e extraordinário. Da pra sentir o quanto eu to gostando dele, né? Já tinha lido uns contos curtos maravilhosos dele, mas desde que eu peguei um livro da época que ele foi estudar em Paris (e por lá mesmo ficou), minha vida ganhou outro significado. São cartas que ele mandava para um casal de amigos que estavam aqui em Buenos Aires, contando tudo pelo que estava passando, tudo o que via, todas as dificuldades, todas as maravilhas e a cada carta que eu leio, percebo que são os mesmo sentimentos que eu tenho aqui. Tem um momento que eu senti como se ele estivesse lendo minha mente, ou vivendo minhas experiencias. Quando ele conta que chegou em um momento que ele se envolveu tanto com a cidade, se adaptou tão bem aos costumes de paris, que tinha medo de perder o jeito Argentino de ser. Tinha medo de ir aos poucos se tornando mais frances que latino. E as vezes (muitas) eu tenho dessa sensação de estar perdendo um pouco de minha malemolencia baiana no trato com as pessoas e tenho que parar e refletir uns momentos.
Estou vivendo uma fase muito boa, me mudei pra um apartamento lindo, com Mariana, pessoa super legal. Está sendo muito boa companhia para muitas coisas e até agora ótima pra se conviver. Já coloquei minha rede na sala e tenho uma cozinha enorme (e cor de rosa). Já fizemos feijoada, já fizemos um peixe delicioso, eu não acreditei que ia ficar tão bom.
Já tenho internet e já comprei um jarro lindo pra pendurar na janela. Vou plantar flores lindas!
Amo todos, penso em vocês todos os dias, me imagino olhando nos olhinhos de cada um com um maior amor do mundo e em seguida dando um abraço apertado até dar sono de tanto abraçar.

3 comentários:

Victor Nunes disse...

óóó, bequinha!
eu também sempre penso em você! fico me perguntando como as coisas seriam se você estivesse aqui.
Achei o seu "necessáramente" muito fofo! hauahuaha
Conta essa história da Guerra das Malvinas direito que eu não entendi nada.
Cozinha rosa? que maassa! quero conhecer!
Espero que Mariana seja uma ótima companheira pra você!
Boa sorte com tudo!
te amo!
beeijo!

Kenio disse...

quero fazer beijú nessa cozinha! hehehehe! um cheiro xôxa linda, ótimo ter notícias suas, ainda mais notícias tão boas! amo

Paulinha disse...

Beca, posso sentir você lendo seu texto! E ainda o jeitinho argentino, o sotaque, mas ainda misturado com sua doçura e voz tão linda!
beca, eu sinto saudade todo dia, como eu já te disse várias vezes, você é meu equilíbrio! Às vezes fico perdida e procurando por você... mas eu sei que o encontro é eminente! Vou te ver e te abraçar muito em breve.
Te amo muito, transcendentalmente.
Beijos